Livros avulsos e pacotes: conheça os novos modelos da Fábrica de Historinhas!

Quando lançamos a Fábrica de Historinhas, no finalzinho do ano passado, tínhamos apenas um modelo de venda: assinatura. Ou seja: os pais pagavam um valor mensal e, a cada trinta dias, recebiam em casa uma nova história personalizada.

Pois bem: acabamos de reformar a Fábrica e acrescentar alguns novos modelos. A partir de agora, ela funcionará assim:

  1. Livros avulsos: quem quiser poderá personalizar e comprar apenas um livro, de maneira simples, prática e direta.
  2. Pacotes: A assinatura se transformará em um pacote periódico. Ou seja: se quiser três meses de historinhas, bastará comprar o pacote de três meses. Neste caso, no entanto, os pais poderão também escolher quais dos livros receberão em quais meses, facilitando tanto a personalização quanto agregando mais opções.
  3. Aniversário: Finalmente, o pacote de aniversário (que inclui um livro grande para o aniversariante + livrinhos pequenos para dar de lembrancinhas aos convidados) será mantido.

E quanto aos assinantes atuais? Quem quiser pode migrar para algum dos nossos novos modelos, bastando que contate o atendimento@fabricadehistorinhas.com.br , ou ficar como está. Pelo menos até dezembro deste ano, todos os planos de assinatura atuais serão mantidos.

Essas mudanças vieram depois de muita demanda do público e acreditamos que, agora, a Fábrica ficará muito mais acessível e prática para todos. Gostou?

Então confira o site no www.fabricadehistorinhas.com.br e divirta-se escolhendo as historinhas ideais para seus filhos!

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O Pequeno Príncipe e o valor dos clássicos

Às vezes esquecemos o quão importante são os clássicos. 

Aliás, nos esquecemos que livros viram clássicos por carregarem em suas páginas sabedorias raras, costuradas em enredos sofisticados que conversam fundo com o leitor. 

Me lembrei disso na semana passada, quando li o Pequeno Príncipe para a minha filha de 5 anos. 

Há o começo curioso e exótico, com um ser vindo de um planeta distante tendo sua história contada por um piloto que caiu no Saara. Seus olhinhos já começaram a brilhar por aí, pelos mundos distantes do dela que, subitamente, se apresentavam. 

Mas – e é isso que transform livros em clássicos – logo a superfície foi sendo substituída por temas aprofundadíssimos para crianças. A distância colossal entre seu mundo e o mundo dos adultos, a dificuldade de comunicação, os medos da solidão e do abandono, a morte, o além… 

Em cada página, uma lição nova saía das páginas direto para o seu coração, deixando um rastro de expressões conflitantes, ora aliviadas, ora tristes, ora esclarecidas. 

A saga do Pequeno Príncipe levou quase uma semana, terminando na noite da quinta. 

Não foi uma leitura fácil – principalente quando chegamos no final, quando o Príncipe morre e retorna ao seu planeta. Mas quais grandes sabedorias da vida são fáceis de serem adquiridas? 

A partir daí, até hoje, ela volta e meia faz referências à história – seja tentando “cativar” algum animal, falando da flor ou simplesmente olhando de maneira mais prolongada e pensativa para as estrelas. 

Os conhecimentos dos livros, claro, não são como pílulas que mostram efeito no instante seguinte: são sabedorias que se constroem por impregnação, de história em história, de fantasia em fantasia, de constatação em constatação. 

Eis, para mim, o grande valor dos clássicos: eles permitem saltos comprovadamente impressionantes nessa jornada tão individual que, invariavelmente, levará cada leitor, de qualquer idade, ao mais importante de todos os conhecimentos: o próprio. 

Somos as nossas histórias

Não digo isso como uma espécie de chavão, como uma frase solta, jogada ao vento, só por ser “bonita”. Eu realmente acredito que nós somos o acumulado das nossas histórias. 

Eu só funciono como funciono porque fui educado pelas histórias de vida dos meus pais (que, por sua vez, fora, moldados pelas histórias dos meus avós e assim por diante). Quando digo histórias de vida, incluo desde desafios da época, livros lidos que moldaram suas visões de mundo, perspectivas alcançadas e frustradas e assim por diante. 

Dia desses recebi do meu pai um livro com a história da nossa família desde o começo do século XIX, quando “éramos” tropeiros cruzando os sertões da Bahia. Havia, nesse livro, um conjunto de histórias e fotos de uma riqueza redescobridora – um conjunto que me fez entender melhor até a mim mesmo. 

O que fiz com isso? O óbvio: traduzi na linguagem de uma criança de 5 anos, usando as fotos como gancho, e comecei a repassar para a minha filha mais velha um pouco de como chegamos até o presente. 

Partindo de imigrantes portugueses do começo do século XIX. Depois, do paupérrimo Vale do Jequitinhonha nas suas secas mais áridas. Em seguida, guiando boiadas até o meio da Bahia. Caçando educação para os mais promissores. Perseguindo uma vida diferente. Singrando sertões até chegar ao mar de Salvador. Cruzando os céus até chegar a São Paulo. 

As nossas histórias de vida são como contos de fada – tudo depende da maneira com que as roteirizamos e fazemos encaixar nas mentes de menor idade. São, aliás, muito melhores do que contos de fada que se passam nas florestas do norte da Europa: há, nos nossos passados, qualquer coisa que acaba soando familiar, possivelmente por obra da memória genética, e que atrai muito mais a atenção dos nossos filhos. 

Para que mais serve uma história, afinal, senão para nos ajudar a entender quem nós realmente somos? 

Sabe quem mais compra livros para as crianças aqui na Fábrica de Historinhas?

Avós.

E não estou falando de uma maioria pequena das assinaturas de histórias infantis personalizadas – estou falando de algo na casa dos 85% de todas as compras.

Me deparei com esse número ontem, quando estava me debruçando sobre as nossas estatísticas por pura curiosidade. Confesso que me surpreendi.

Não deixa de ser curioso que, em uma sociedade que tanto reclama da falta de cultura de forma geral, tantos pais acabem deixando para os avós essa que talvez seja a mais importante das “forças educadoras” existentes: a literatura.

Não que isso seja necessariamente ruim – pelo menos, afinal, existe a figura dos avós que se dispõem a passar adiante o amor pelos livros aos seus netos. Mas, por outro lado, são os pais que mais convivem com os filhos – e são os pais colocam os filhos para dormir, que têm as oportunidades únicas de niná-los ao som das letras, que têm dentro de casa as condições perfeitas para usar histórias como ferramentas de crescimento. Sem a presença ativa dos pais, livros deixam de ser histórias mágicas e passam a ser objetos tão irrelevantes como abajures.

As nossas estatísticas não mostram, claro, o que acontece dentro das casas de ninguém. Elas não revelam, por exemplo, se os pais efetivamente lêem as histórias que os avós compraram para as crianças ou se os livros viram apenas tristes peças decorativas nas estantes. Elas também não podem ser lidas com generalismos onipotentes: não sei se essa constatação que tive se aplica à venda de livros infantis na Livraria Cultura, na Travessa, na Curitiba ou em outras.

Tomara que não. Tomara que nossos números sejam apenas um recorte enviesado da realidade e que os pais dêem mais atenção à educação literária dos seus filhos. 

Que futuro se pode esperar de uma sociedade, afinal, sem que suas histórias sejam contadas e recontadas com os devidos entusiasmos?

A escolha da história

No começo, eu mesmo gostava de escolher a historinha da noite para a minha filha. O raciocínio era simples, até simplista: como pai, eu saberia melhor que tema abordar junto a ela.

Há raciocínio mais antiquado que esse, mais digno do século XIX??

Se tem uma coisa que minha filha me ensinou foi que nós não temos a menor pista de quais os temas que realmente atormentam as crianças se não deixarmos elas mesmos dizerem. Observar é importante, obviamente – mas nem sempre os olhos de um adulto conseguirão captar as tantas entrelinhas que se escondem nos olhares de uma criança.

Assim, um novo diálogo, tão rico quanto invisível, passou a se estabelecer entre nós todas as noites. Eu pergunto a ela que livro ela quer ler. Ela escolhe.

Pela sua escolha, percebo alguns medos, algumas ansiedades, alguns temas que parecem estar pairando no ar.

Não os ataco diretamente: com crianças, os caminhos mais curtos tendem a ser também os mais longos. Vou apenas trabalhando tons de vozes e emoções, reforçando falas e trechos da história escolhida. Vou acompanhando os olhares, respondendo a perguntas com desvios de enredo personalizados, colando a fantasia à realidade em pontos-chave.

Depois que passei a fazer isso, a hora da historinha virou algo bem menos protocolar lá em casa: virou uma conversa invisível aprofundadíssima entre pai e filha, algo já esperado como se fosse um dos pontos mais altos do dia.

É impressionante como há sutilezas na conexão com crianças.

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(Mas as historinhas são sempre sagradas)

Na terça passada, fiz um post aqui sobre a alta carga de responsabilidade que, às vezes, entregamos aos nossos filhos.

Lá em casa, em nosso próprio micro-universo, estamos lidando com isso agora – mas tem uma coisa que me mantém orgulhoso. Seja com o cansaço que for, algo nunca muda na nossa rotina: minha filha só dorme, ao menos em dias de semana, depois de receber a sua dose de historinhas noturnas.

Para mim, é um alívio.

Acho isso fundamental – principalmente por ser uma demanda que parte dela, não de mim. Histórias abrem mentes, impulsionam sinapses, despertam um tipo de curiosidade de mundo que considero fundamental para o amadurecimento de qualquer ser humano. Seja por Marcelo, Marmelo, Martelo, por alguma historinha personalizada daqui da Fábrica ou por contos do Monteiro Lobato sobre Romanos e Egípcios, o fato é que há todo um emaranhado de curiosidades e repertórios sendo construído toda noite.

Repertórios.

O que seriam eles senão os ingredientes mais fundamentais para que todos nós, crianças e adultos, consigamos nos desemaranhar dos nossos problemas e resolver os desafios que a vida sempre colocará em nossas frentes?

É com eles – os tantos personagens que nos fazem companhia todas as noites – que mais conto para que ela cresça bem, inteligente e, sobretudo, feliz.

Conheça a Fábrica de Historinhas

A Fábrica de Historinhas surge de uma parceria entre o Clube de Autores (Brasil) e a StoryTellme (Portugal) com o intuito de modernizar a maneira com que a literatura é trabalhada para crianças.

Em uma era caracterizada pelo excesso de estímulos comunicacionais voltados para a criança por todos os meios existentes, envolvê-la de maneira mais densa no universo de histórias passa a ser um desafio de imensas proporções. Esse envolvimento, no entanto, é fundamental para que a criança aprenda desde cedo a manter-se mais concentrada e a se aprofundar nos mais diversos assuntos, habilidades essas que infelizmente vem se perdendo em uma sociedade crescentemente superficial.

Como solução, a Fábrica de Historinhas inverteu a lógica de se trabalhar histórias para crianças: ao invés de deixá-las como meras espectadoras ou ouvintes de relatos envolvendo personagens terceiros, nós inserimos o próprio universo de cada criança nas histórias.

Assim, a própria criança e seu círculo próximo – pai, mãe, irmãos, avós e amigos – passam a ser personagens em histórias originais e personalizadas. Em outras palavras: produzimos experiências únicas e histórias de fantasia, onde a criança empresta o seu mundo às personagens, podendo ser o herói ou heroína, vilão ou vilã, mascote ou ajudante.

E como ela recebe essas histórias? Em livros mensais, abordando os diversos temas e trabalhando estímulos fundamentais à formação, tanto em formato impresso quanto eletrônico.

Quer saber mais? Acesse www.fabricadehistorinhas.com.br e divirta-se!

A colcha mágica

Ganhamos, nesse último final de semana, um presente incrível para a minha filha mais nova – que completa um mês amanhã -da sua madrinha: essa colcha mágica abaixo.


Por que é mágica?

Perceba que ela não é, exatamente, só uma colcha: é um cenário.

Ela vem com bonequinhos de pano. Vem com um livrinho de história. Vem, portanto, perfeita para embrulhar uma criança de fantasias.

Sim: uma criança de menos de um ano com certeza não se apegará às nuances de um livro infantil tradicional. Mas cabe ao mundo que a cerca, do qual nós, pais, fazemos parte, desenvolver essa vontade de se encantar.

Ainda não usei a colcha – mágica por envolver a criança, literalmente, em um sonho – com a pequena Alice. Mas oportunidades certamente não faltarão.

Teatrinhos provocando risos, enredos fabricando sinapses, vozes despertando curiosidades: há presente melhor para uma criança que algo que permita tanta magia?