Recentemente, minha filha mais velha, de seis anos, começou a questionar algumas das fantasias que costumamos incentivar nas crianças.
A primeira não foi nem um questionamento propriamente dito: foi uma afirmação. “Eu sei que Papai Noel não existe, que são vocês que compram os presentes.”
Confesso que não soube o que fazer. Como na maior parte dos estirões súbitos de amadurecimento, este me pegou de surpresa. O certo seria falar a verdade? Ou continuar empurrando a fantasia? Mas, ao fazer isso, não estaria eu ativa e conscientemente mentindo para a minha filha – algo que jurei jamais fazer?
Bom… não sei se fiz certo, mas não respondi nem de uma forma e nem de outra: apenas incentivei os seus questionamentos.
Eventualmente, não tenho dúvidas, terei que dar uma resposta mais direta, mais prática… mas deixo isso para quando ouvir uma pergunta igualmente direta e não uma sondagem disfarçada de afirmação.
E o que fazer enquanto isso? Talvez – e falo isso sem nenhuma certeza de ser o certo – apenas incentivar mais questionamentos sobre tudo, em parte usando histórias mais maduras, mais densas que as que costumamos usar com crianças pequenas.
Papai Noel… quando poderia eu imaginar que o bom velhinho fosse me pregar um susto tão grande??