Sabe qual o único problema de ler historinhas infantis todos os dias?
Livros tem finais.
No caso da maioria dos livros para crianças de 3 a 7 anos, esses finais costumam ser rápidos, mesmo porque tratam-se de histórias que se desenrolam inteiras em 20 ou 30 páginas. Como fazer, então?
Comprar 365 livros por ano? Complicado.
Acabei arrumando uma solução diferente por aqui, com minha filha: temos 3 tipos diferentes de livros.
- Tipo 1: livros novos, que ela traz da biblioteca da escola ou que compramos.
- Tipo 2: livros que já lemos juntos, mas que ela adora e gosta de reler.
- Tipo 3: livros grandes repletos de pequenos contos.
Esse terceiro tipo foi uma baita descoberta, ao menos para mim. Veja: livros infantis precisam ser pequenos, claro, para fixar a história dentro do tempo que uma criança consegue ficar focada. Não adianta muito, principalmente para as mais novinhas, ler obras com 20, 30 capítulos – o interesse acaba desmaiando aos poucos.
É aí que entram livros de contos ou fábulas: cada capítulo é uma história à parte, sendo que todas se somam em um único fio de raciocínio sutilmente mais amplo. E mais: quando a criança se toca de que estamos lendo apenas uma parte daquele mundaréu de páginas e que as outras partes ficarão para os outros dias, ela vai “aprendendo a aprender”, vai entendendo que nem todas as experiências da vida precisam ser deglutidas em suas inteirezas.
O que estou falando aqui pode parecer óbvio… mas paternidade é assim: cada um de nós descobre, em nossos próprios tempos, as mesmas coisas que, provavelmente, a maioria de nós já está careca de saber 🙂